quarta-feira, 4 de maio de 2011

A Imagem, a Fotografia e a Fala


No mundo globalizado a imagem a cada dia vai substituindo a palavra como meio de comunicação. A dificuldade de expressão através da escrita ou da fala é visível, em todos os meios de comunicação, nas escolas, nas empresas, etc. A humanidade está, cada vez mais, condicionada, irresistivelmente, a visualizar. Tablóides, flayers, filmes educativos e documentais, películas de massa, revistas e televisão. Em certas ocasiões temos a sensação que a existência da palavra está ameaçada. Será que essa suposta guerra entre imagem e palavra é real ou apenas uma sensação? O fato é que tornou-se senso comum que a imagem é um dos principais meios de interpretação, e que sua importância está se firmando cada vez mais.
Segundo Abbott (1980) a fotografia, totalmente identificada, na mente do cidadão comum, com o lazer; fotografia, para quase todo mundo, muitas vezes é identificada somente como hobby, passatempo ou eventos especiais. Esquece-se, assim, de certa maneira, da participação fundamental da fotografia em quase todos os momentos da vida do homem. Hoje, ao contrário dessa imagem tão amplamente difundida, a fotografia é parte integrante da ciência, da indústria, das comunicações, das pesquisas de desenvolvimento, da previsão de acontecimentos e das experiências mais arrojadas. Da geologia à astrofísica, da cirurgia à agricultura, da estamparia a frio de tecidos ao desenvolvimento de novos produtos farmacêuticos – em tudo a fotografia está presente, colaborando com o progresso e a felicidade do homem.
De acordo com Andrade (2002), a fotografia foi um dos inventos da modernidade que revolucionou a forma do homem se representar e se relacionar.
A fotografia como meio de expressão, pode ser usada de inúmeras formas, no jornalismo, em revistas, em anúncios, relatórios, sites, palestras com finalidades diversas, na comunicação e no marketing de empresas, ou seja, como ferramenta para compor a imagem de uma corporação, de seus produtos e serviços junto aos clientes, acionistas e colaboradores.
Provavelmente o maior diferencial da fotografia, é o fato dela ser realista, temos a tendência a interpretar uma fotografia como algo real, palpável e verdadeiro, se uma instituição parece bem organizada, limpa e produtiva na foto, assim é a impressão que teremos dela.
De certa forma podemos dizer que o homem do paleolítico tirava fotos com sua mente e dava vida através de gravuras nas duras paredes das cavernas. Antes da palavra escrita as imagens já era uma ferramenta para registrar sensações, roteiros de caçadas, perigos e fala dos Deuses. O homem caminhou até a escrita erudita que o abarrotou de regras, preceitos, certos e errados, de tal forma que seu espírito não mais conseguia falar apenas pela palavra. Este mesmo homem criou a tecnologia e com ela as Nikon, as Canon, Leika e Rollerflex, retornando às questões paradigmáticas que resultam, cada vez mais, num volta da importância da imagem em contraposição a palavra, na construção de novos rumos que expressem seus anseios, objetivos e metas.
E assim, como dissemos anteriormente no mundo globalizado a imagem a cada dia vai substituindo a palavra como meio de comunicação.

Referências bibliográficas

ABBOTT, Berenice, 1980. “Photography at The Crossroads” In: Trachtenberg, Allan, org. Classic essays on photography. New Haven: Leete’s Island Books, 1980, p.179.

ANDRADE, Rosane de, Fotografia e Antropologia: Olhares Fora-Dentro, São Paulo: Estação Liberdade, 2002.

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