Manejo Florestal



CLASSIFICAÇÃO SUCESSIONAL

Bioma e Biosfera

Unidades ecológicas de organização são definidas através de referencia de algumas magnitudes de espaço e tempo no planeta. Comunidades de organismos, por exemplo, são muitas vezes arbitrariamente definidas, mas os processos de vida interagem com os diferentes níveis e organizam em conjuntos mais complexos.

  

Biomas por exemplo, são uma grande unidade de organização que categorizam regiões de ecossistemas da Terra, de acordo com a fisionomia e composição da vegetação. Diferentes pesquisas tem aplicados diferentes métodos para definir limites continentais de domínios de biomas, por diferentes tipos de função da comunidade de vegetação, que são limitada na distribuição do clima, precipitação e outras variáveis ambientais. Exemplos de nomes de biomas incluem: florestas tropicais, florestas temperadas decíduas, taiga, tundra, desertos quentes e desertos polares. [Outras pesquisas tem recentemente iniciado a categorizar outros tipos de biomas, como microbioma humano e oceânico. Para os microrganismos o corpo humano é o habitat e uma paisagem. O microbioma tem sido descoberto através de avanços na genética molecular, revelando uma desconhecida riqueza de microorganismos no planeta. O microbioma oceânico desempenha um significante papel na ecologia biogeoquímica dos oceanos.

A biosfera é a soma total dos ecossistemas do planeta.
É a maior escala de organização ecológica é a biosfera.
Relações ecológicas regulam o fluxo de energia, nutrientes e clima, todos subindo até a escala planetária. Por exemplo, a historia dinâmica da composição de CO2 e O2 na atmosfera foi em grande parte por fluxos de gases biogênicos provenientes da respiração e fotossíntese, com níveis flutuando no tempo em relação a ecologia e evolução dos animais e plantas. Quando partes de subcomponetes são organizadas em um todo, muitas vezes propriedades emergentes descrevem a natureza do sistema. Teorias ecológicas tem sido usadas para explicar os fenômenos emergentes de auto regulação na escala planetária. Isso é conhecido como Hipótese Gaia . The Gaia hypothesis is an example of holism applied in ecological theory. A ecologia do planeta age como uma única unidade regulatória e holística chamada de hipótese Gaia. A hipótese Gaia afirma que existe um feedback emergente gerado pelo metabolismo dos organismos vivos que mantem a temperatura da Terra e condições da atmosfera dentro de uma estreita escala de tolerância auto regulável.

Sucessão ecológica é o nome dado à sequência de comunidades, desde a colonização até a comunidade clímax, de determinado ecossistema. Estas comunidades vão sofrendo mudanças ordenadas e graduais. As primeiras plantas que se estabelecem (líquens, gramíneas) são denominadas pioneiras, e vão gradualmente sendo substituídas por outras espécies de porte médio (arbustos), até que as condições ambientais chegam uma comunidade clímax (árvores grandes), apresentando uma diversidade compatível com as características daquele ambiente. Nesta fase, o ecossistema apresenta um equilíbrio com o meio. Alguns fatores são importantes para a dinâmica da sucessão. As condições ambientais locais e as interações entre as espécies são fatores que contribuem para as mudanças ecológicas.

A sucessão ecológica passa por três fases:
•Comunidade pioneira ou ecese;
•Comunidade secundária, intermediária ou seral;
•Comunidade clímax.

 Ocorre em ambientes desprovidos de vida anteriormente, como dunas de areia, rochas varridas pela erosão, um fluxo de lava, um lago recém-formado, etc. De acordo com as condições de geração deste novo substrato, seu desenvolvimento pode ser classificado como:
•Hidrossere: comunidades em água doce
•Lithosere: comunidades sobre rochas
•Psammosere: comunidades em areia
•Xerosere: comunidades em áreas secas
•Halosere: comunidades em corpo salino (ex: Pântanos).

Exemplo de sucessão ecológica em areia

Sucessão secundária:
Ocorre num ambiente que foi anteriormente ocupado por outras comunidades, e que sofreu algum tipo de perturbação, como forças naturais (vendavais, inundações, deslizamentos, furacões, etc), ou perturbações provocadas pelo homem ou animais (fogo, áreas cultivadas, corte de florestas, etc).

Ação do fogo provoca processo de sucessão secundária:

  Mecanismos de sucessão Uma teoria descritiva da sucessão, proposta por Frederic Clements em 1916, é hoje vista como uma teoria ecológica clássica, e de acordo com o autor, o processo envolve várias fases:
•Nudação – A sucessão começa com o acontecimento de uma perturbação e o surgimento de um sítio nu, desprovido de vida.
•Migração – Chegada de propágulos ao ambiente.
•Ecese – Estabelecimento e crescimento das primeiras plantas (pioneiras).
•Concorrência - Fase em que o estabelecimento de novas espécies provoca uma competição por espaço, luz e nutrientes.
•Reação – Como resultado da concorrência que o habitat impõe, as espécies vão sendo substituídas, de uma comunidade vegetal para outra.
•Estabilização – A comunidade se estabiliza após as fases de reação, e surge o desenvolvimento de uma comunidade clímax.

Corte de árvores inicia processo de sucessão secundária

Implantação de espécies pioneiras São as primeiras espécies vegetais que conseguem se estabelecer. Sua taxa de disseminação é alta e sua dispersão é facilitada por ação do vento. Tolera altos níveis de radiação solar para germinar e se desenvolver. Sua longevidade é baixa, e logo criam condições de sombreamento para o desenvolvimento de outras espécies vegetais denominadas intermediárias e tardias.
Interações inter-espécies:
Facilitação: Uma ou mais espécies permitem o estabelecimento, crescimento e desenvolvimento de outras espécies.

Inibição: Uma ou mais espécies dificultam ou prejudicam o estabelecimento de futuras espécies. Isto pode ocorrer por competição pelo espaço e nutrientes, sombreamento ou produção de substâncias alelopáticas que inibem a germinação de outras sementes. 

Tolerância: Espécies que não afetam o estabelecimento das demais espécies. Comunidade seral: São os estágios intermediários da sucessão das comunidades ecológicas, que se iniciam após a implantação de espécies pioneiras, passando por um ou mais estágios intermediários, até atingir as condições de uma comunidade clímax.

 Cada ecossistema apresenta diferentes padrões de clima e substrato. Na medida em que se estabelece a dinâmica dos eventos que envolvem a sucessão das formas vegetais, as condições de luz, a ocupação e proliferação dos microorganismos e animais também vai se apresentar de forma diferenciada em cada etapa

Mudanças na vida animal
As etapas iniciais da sucessão não apresentam condições para o estabelecimento de uma fauna diversificada, por não apresentarem recursos suficientes para a sua instalação. Verifica-se nesta fase a ocorrência de poucos animais como ácaros, formigas e aranhas. Na medida em que as espécies intermediárias da sucessão conseguem se estabelecer e diversificar, a fauna vai aumentando em espécies, até atingir as condições de uma comunidade clímax, com muitas espécies de invertebrados, insetos, répteis, anfíbios, aves e mamíferos.
Dependendo do ecossistema, esta diversificação pode ser diferenciada. As regiões tropicais oferecem condições para abrigar uma grande diversidade de plantas e animais, enquanto regiões temperadas, geladas, desérticas, esta diversidade é mais restrita.

Microssucessão A sucessão microbiológica envolve a existência de substrato (recurso) para a diversificação de microorganismos como fungos e bactérias, que se diversificam com o aparecimento de vegetação em decomposição, excrementos e carcaças de animais, entre outros.

O conceito de clímax:

A sucessão ecológica pára quando o sere consegue alcançar um equilíbrio com o ambiente físico e biótico, ou estado estacionário. A comunidade atinge o ápice de suas relações ecológicas, aonde se chega ao ponto final da sucessão, ou clímax. Esta diversidade vai persistir indefinidamente, a não ser por ocorrência de grandes perturbações.[4]

Comunidade clímax em floresta amazônica

Características do clímax
•As populações não se alteram e o ecossistema está equilibrado.
•Últimas espécies a instalarem-se, onde os indivíduos são substituídos por outros da mesma espécie.
•De acordo com as formas de vida ou crescimento, são considerados indicadores de clima da região.
•Para cada ambiente físico, há um tipo de clímax. 

Tipos de clímax:
•Clímax Climático – Apenas uma comunidade clímax, sendo que, esta se encontra em equilíbrio com o clima regional.
•Clímax Edáfico – Mais de uma comunidade clímax, modificada pelas condições locais. Término da sucessão ecológica, onde as condições edáficas não permitem que o clímax climático se desenvolva.

•Clímax Catastrófico ou Cíclico – Ecossistema com clímax natural cíclico vulnerável a um evento catastrófico.
•Disclímax (Clímax de distúrbio) – Comunidade estável, não incluindo clímax climático ou edáfico, mantido pelo homem ou seus animais domésticos, onde ocorrem distúrbios repetidos, muitas vezes decorrentes de atividades antrópicas.
•Subclímax – Precede o estágio final da sucessão ecológica.
•Pré-clímax e Pós-clímax – Em áreas com condições climáticas semelhantes, diferentes comunidades clímax se desenvolvem. Se apresentarem formas de vida inferiores aos apresentados no clímax climático, são denominadas pré-clímax. Se apresentam maior diversidade, são denominadas pós-clímax. Estas diferenças de pré e pós-clímax se explicam pelo fato de, numa mesma região, haver diferenças de umidade e alterações pequenas de temperatura, devido às mudanças de altitude, ou por proximidade à fontes de água, encostas de morros, etc.

Teorias sobre o clímax:
•Monoclímax – Defendida por Clements (1916), o clímax da unidade vegetacional e animal (bioma) é determinada apenas pelo clima.
•Policlímax – Para Tansley (1935), o clímax não é determinado apenas pelo clima, mas também pela combinação de outros fatores, como topografia, nutrientes e umidade no solo, ação do fogo e animais.
•Clímax Padrão – Proposta por Whittaker (1953), reconhece uma variedade de clímax regido pelas respostas da comunidade às condições de estresses bióticos e abióticos do ambiente. É definida como clímax climático a comunidade central e mais difundida na região. Uma teoria apresentada recentemente, chamada Teoria Alternativa dos Estados Estáveis, sugere que não há um ponto final na sucessão, mas muitos estados de transição ao longo do tempo ecológico (Jackson, 2003).

SUCESSÃO EM FLORESTA:

A sucessão em florestas ocorre de maneira dinâmica, mesmo sem a interferência do homem. Grandes árvores caem (por ação do vento, chuva, raios), ocasionando também a queda ou quebra de outras árvores em sua trajetória. Cria-se assim uma clareira aonde a luz solar chega com intensidade, e os organismos menores , adaptadas ao ambiente sombreado que o dossel oferecia, perecem. Começa assim um processo de sucessão. A área então é recolonizada por outras espécies, capazes de germinar e crescer sob intensa radiação solar. Depois de desenvolverem um pequeno dossel, impedem o desenvolvimento de suas próprias mudas, devido ao sombreamento. O ambiente vai sofrendo modificações de luz, substrato, e logo oferece condições para que as espécies de maior porte se desenvolvam novamente, formando um dossel amplo, sendo novamente colonizado pelas espécies de sombra.

 Comunidade clímax em floresta amazônica
Comunidade clímax em floresta amazônica

A sucessão não é iniciada por espécies que normalmente ocupam áreas abertas (como as gramíneas). Devido às barreiras dentro de uma floresta, existe a dificuldade de disseminação destes propágulos pelo vento, e as espécies próximas, ou disseminadas por animais são as pioneiras nestas áreas. Sementes que ficam por anos em estado de dormência no solo da floresta são denominados de bancos de semente. Brotos com capacidade de sobreviver nas condições sombreadas do habitat de clímax, quando colocados em condições de luz direta crescem até 10 vezes mais rápido, tornando a sucessão um processo acelerado.
O estudo das características da dinâmica da sucessão ecológica é de suma importância para recuperação de áreas degradadas, como as áreas exploradas por mineração, das matas ciliares destruídas, para recomposição de áreas de preservação, etc. Uma vez conhecendo as plantas pioneiras que oferecem condições de implantação das espécies intermediárias e tardias, o ecossistema tende a alcançar a comunidade clímax em um menor espaço de tempo.

Referências:
1. Ricklefs, R. E. A economia da Natureza. Ed. Guanabara Koogan, 5ª Ed.- Rio de Janeiro, 2009. P. 388-405
2. Coutinho, L. M. O conceito de bioma. Acta bot. bras. 20(1):13-23.2006
3. http://www.ib.usp.br/~delitti/projeto/ricardo/historico.htm USP - Histórico sobre as teorias da sucessão
4. http://www.infoescola.com/biologia/sucessao-ecologica Infoescola - comunidade clímax
5. http://ecoqua.ecologia.ufrgs.br/arquivos/Reprints&Manuscripts/Manuscripts&Misc/8_Sucessao_94Nov21.pdf UFRGS - Dinâmica temporal da vegetação
6.http://www.ib.usp.br/ecologia/sucessao_ecologica_print.htm USP - Sucessão Ecológica
7.http://www.peld.ufrgs.br/pdfs/Novo/Anexo%20VIII-Ruberto.pdf UFRGS - Modelagem ecológica
8.Araújo, F. S. et al. Revista árvore, Viçosa - MG, v.30, n.1, p. 107-116, 2006

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Sensoriamento remoto


Estreito de Dover
Sensoriamento remoto ou detecção remota ou ainda teledetecção é o conjunto de técnicas que possibilita a obtenção de informações sobre alvos na superfície terrestre (objetos, áreas, fenômenos), através do registro da interação da radiação eletromagnética com a superfície, realizado por sensores distantes, ou remotos. Geralmente estes sensores estão presentes em plataformas orbitais ou satélites, aviões e a nível de campo. A NASA é uma das maiores captadoras de imagens recebidas por seus satélites. No Brasil, o principal órgão que atua nesta área é o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais - INPE
Definição
O Sensoriamento Remoto é composto ativamente de diferentes maneiras por diversas pessoas, sendo a definição mais usual a adotada por Avery e Berlin (1992) e Meneses (2001): uma técnica para obter informações sobre objetos através de dados coletados por instrumentos que não estejam em contato físico como os objetos investigados.
Por não haver contato físico, a forma de transmissão dos dados (do objeto para o sensor) só pode ser realizada pela Radiação Eletromagnética, por ser esta a única forma de energia capaz de se propagar pelo vácuo. Considerando a Radiação Eletromagnética como uma forma de energia, o Sensoriamento Remoto pode ser definido com maior rigor como uma medida de trocas de energia que resulta da interação entre a energia contida na Radiação Eletromagnética de determinado comprimento de onda e a contida nos átomos e moléculas do objeto de estudo.
Outros autores preferem restringir o conceito à área de aplicação de monitoramento da superfície terrestre.

Histórico

A evolução do Sensoriamento Remoto está ligada a alguns dos principais eventos abaixo:
  • 1822 - Desenvolvimento da teoria da luz
- Newton: decomposição da luz branca
- Utilização de uma câmara primitiva
  • 1839 - Desenvolvimento de equipamentos Ópticos
- Pesquisas de novas substâncias fotosensíveis
  • 1859 - Utilização de câmaras fotográficas a bordo de balões
  • 1903 - Utilização de fotografias aéreas para fins cartográficos
  • 1909 - Tomadas de fotografias aéreas a bordo de aviões
  • 1930 - Coberturas sistemáticas do território para fins de levantamento de recursos naturais
  • 1940 - Desenvolvimento de equipamentos para radiometria sensíveis à radição infravermelha
- Utilização de filmes infra vermelho na II Guerra Mundial, para detecção de camuflagem
  • 1944 - Primeiros experimentos para utilizar câmaras multi-espectrais
  • 1954 - Desenvolvimento de radiômetros de microondas
- Testes iniciais visando a construção de radares de visada lateral
  • 1961 - Desenvolvimento de processamentos ópticos e digitais
- Primeiros radares de visada lateral
  • 1962 - Desenvolvimento de veículos espaciais tripulados e não-tripulados
- Lançamento de satélites meteorológicos
- Primeira fotografia orbital MA-4-Mercury
  • 1972 - Fotografias digitais tiradas pelo programa Gemini
- Surgem outros programas espaciais envolvendo satélites de recursos naturais: SEASAT, SPOT, ERS, Landsat
  • 1983 - Lançamento do Landsat 4, SIR-A, SIR-B, MOMS
  • 1999 - Lançamento do CBERS-1
  • 1991 - Lançamento do ERS-1
  • 2003 - Lançamento do CBERS-2
  • 2007 - Lançamento do CBERS-2B
  • 2008 - Lançamento da constelação RapidEye

Princípios físicos básicos

Três elementos são fundamentais para o funcionamento de um sistema de sensoriamento remoto: Objeto de estudo, Radiação Eletromagnética e um Sensor.
Pelo princípio da conservação da energia, quando a radiação eletromagnética incide sobre a superfície de um material, parte dela será refletida por esta superfície, parte será absorvida e parte pode ser transmitida, caso a matéria possua alguma transparência. A soma desses três componentes (Reflectância, Absortância e Transparência) é sempre igual, em intensidade, à energia incidente.
O que nossos olhos percebem como cores diferentes são, na verdade, radiação eletromagnética de comprimentos de onda diferentes. A cor azul corresponde ao intervalo de 0,35 a 0,50 µm, a do verde vai de 0,50 a 0,62 µm e a do vermelho, de 0,62 a 0,70 µm (os intervalos são aproximados, e variam segundo a fonte de consulta). Estes intervalos também são conhecidos como "regiões". Abaixo do vermelho, está a região do infravermelho, e logo acima do azul está o ultravioleta.
Os sensores remotos medem as intensidades do Espectro eletromagnético e, com essas medidas, obtém imagens nas regiões do visível (azul, verde e vermelho) ao infravermelho medem a intensidade da radiação eletromagnética refletida em cada intervalo pré-determinado de comprimento de onda.

Níveis de Aquisição

O sensoriamento remoto pode ser em nível terrestre, sub-orbital e orbital.
Os representantes mais conhecidos do nível sub-orbital são as também chamadas fotografias aéreas, utilizadas principalmente para produzir mapas. Neste nível opera-se também algumas câmeras de vídeo e radares.
No nível orbital estão os balões meteorológicos e os satélites. Os primeiros são utilizados nos estudos do clima e da atmosfera terrestre, assim como em previsões do tempo. Já os satélites também podem produzir imagens para uso meteorológico, mas também são úteis nas áreas de mapeamento e estudo de recursos naturais.
Ao nível terrestre são feitas as pesquisas básicas sobre como os objetos absorvem, refletem e emitem radiação. Os resultados destas pesquisas geram informações sobre como os objetos podem ser identificados pelos sensores orbitais.
Desta forma é possível identificar áreas de queimadas numa imagem gerada de um satélite, diferenciar florestas de cidades e de plantações agrícolas e até identificar áreas de vegetação que estejam doentes ou com falta de água.

Sistemas Sensores

Os sistemas sensores presentes em satélites podem ser imageadores ou não imageadores, dependendo do tipo de produto gerado. Os sensores imageadores, dividem-se ainda em sistemas de varredura mecânica e sistemas de varredura eletrônica. Os sensores também podem ser classificados em função da fonte de radiação eletromagnética.
Sensores ativos são responsáveis pelo envio de um sinal para a superfície da Terra e registram o sinal refletido, avaliando a diferença entre eles (Ex. RADAR). Por outro lado, os sensores passivos funcionam através do registro da radiação eletromagnética refletida pelo Sol.

Resolução

A questão da resolução dos sensores remotos possui grande importância nesta ciência. O conceito de resolução está dividido em 4 classes: espacial, espectral, radiométrica e temporal.
  • A resolução espacial diz respeito à capacidade do sensor em dividir ou resolver os elementos na superfície terrestre. Quanto melhor a resolução espacial, maior o nível de detalhe observado. Não deve ser confundida com tamanho de pixel.
  • A resolução espectral caracteriza a capacidade do sensor em operar em varias e estreitas bandas espectrais. Os sensores que operam em centenas de bandas são conhecidos como hiperespectrais.
  • A resolução radiométrica está relacionada ao nível de quantização ou sensibilidade do sensor em detectar pequenas variações radiométricas.
  • A resolução temporal é definida em função do tempo de revisita do sensor para um mesmo ponto da superfície terrestre.

Referências

AVERY, T. E.; BERLIN, G. L. Fundamentals of Remote Sensing and Airphoto Interpretation. 5 ed. New Jersey: Prentice Hall. 1992.
CAMPBELL, J.B. Introduction to Remote Sensing. Second edition. ed. Taylor & Francis, 1996.
FLORENZANO, T. G. Imagens de Satélite para Estudos Ambientais. São Paulo: Oficina de Textos. 2002.
JENSEN, J. R. Sensoriamento Remoto do Ambiente: Uma perspectiva em recursos terrestres. São José dos Campos, SP: Parêntese, 2009.
MENESES, P. R. Fundamentos de Radiomentria Óptica Espectral. In: MENESES, P. R.; NETTO, J. S. M. Sensoriamento Remoto: Reflectância dos alvos naturais. Brasília, DF: UnB; Planaltina: Embrapa Cerrados. 2001.
NOVO, E. M. L. M. Sensoriamento Remoto: Principios e Aplicações. São Paulo: Blucher, 2008.


BIOMA:
Conjunto de ecossistemas que funcionam de forma estável.
•Caracterizado por um tipo principal de vegetação (num mesmo bioma podem existir diversos tipos de vegetação).
•Os seres vivos vivem de forma adaptada as condições da natureza (vegetação, chuva, umidade, calor, etc.) existentes.

OS BIOMAS BRASILEIROS
Caracterizam-se, no geral, por uma grande diversidade de animais e vegetais (biodiversidade).
Biomas Litorâneos
Caatinga
Campos
Cerrado
Floresta Amazônica
Mata dos Pinhais
Mata Atlântica
Mata de Cocais
Pantanal
BIOMAS LITORÂNEOS 
•com um litoral muito extenso, o Brasil possui diversos tipos de biomas nestas áreas.
Região Norte: matas de várzea e os mangues no litoral Amazônico.
Nordeste: restingas, falésias e mangues.
Sudeste: Mata Atlântica e também os mangues, embora em pouca quantidade.
Sul: Costões Rochosos e Manguezais.
MATAS DE VÁRZEA
  • terreno às margens de um rio que é inundado em época de enchente.
  • regiões ribeirinhas ao rio que na época de cheias são alagadas, deixando aí o húmus, rico adubo natural
  • Menos variada que a mata de igapó, suas árvores, contudo, são de maior porte.
  • É o ambiente original da seringueira e do cacaueiro.



MANGUES
Podemos encontrar a vegetação de mangue nas regiões litorâneas do Brasil. Nestas áreas, a água do mar avança no solo, formando regiões alagadiças.
Características principais dos mangues:
-Presença de caranguejos que buscam seus alimentos no mangue.
- A formação vegetal do mangue (plantas e arbustos) possui raízes externas (aéreas). Como o solo do mangue é pobre em oxigênio, este é obtido pelas plantas fora do solo.
-Em função da diversidade da região, podemos dividir os mangues em: mangue-branco, mangue-vermelho e mangue siriúba.
-As plantas possuem sementes compridas, finas e pontudas. Isto ocorre para facilitar a reprodução, pois quando caem no solo úmido, podem se fixar com mais facilidade.
-O cheiro do mangue é bem característico, em função da presença de áreas salobras (com presença de sal).
Degradação das regiões de mangue
A poluição de rios e mares em conjunto com a especulação imobiliária nas regiões litorâneas tem afetado, significativamente, os mangues. Esta área tem diminuído de tamanho e o ecossistema da região tem sido afetado nas últimas décadas. Trabalhadores locais, principalmente os que vivem da caça e comércio de caranguejos, tem sofrido com a diminuição destes animais nos manguezais.

 CAATINGA
•presente na região do sertão nordestino (clima semi-árido), caracteriza-se por uma vegetação de arbustos de porte médio, secos e com galhos retorcidos.
 Há também a presença de ervas e cactos.



região do semi-árido nordestino, regiões do extremo norte de Minas Gerais e sul dos estados do Maranhão e Piauí.
•típica de regiões com baixo índice de chuvas (presença de solo seco).
principais características:
•forte presença de arbustos com galhos retorcidos e com raízes profundas;
•presença de cactos e bromélias;
•os arbustos costumam perder, quase que totalmente, as folhas em épocas de seca (propriedade usada para evitar a perda de água por evaporação);
•as folhas deste tipo de vegetação são de tamanho pequeno.

Exemplos de vegetação da caatinga:
Arbustos: aroeira, angico e juazeiro
Bromélias: caroá
Cactos: mandacarú, xique-xique e xique-xique do sertão

 
Fauna muito rica:
Veado-catingueiro
Preá
Gambá
Sapo-cururu
Cutia
Tatu-peba
Ararinha-azul
Asa-branca
Sagui-de-tufos-brancos

Em função da criação de gado extensivo na região, pesquisadores estão alertando para a diminuição deste tipo de formação vegetação.
Em alguns locais do semi-árido já são encontradas regiões com características de deserto.
Curiosidades:
- Durante o período de seca, o gado da região alimenta-se do mandacaru (rico em água). Já algumas espécies de bromélias (exemplo da caroá) são aproveitadas para a fabricação de bolsas, cintos, cordas e redes, pois são ricas em fibras vegetais.
Dia 28 de abril é comemorado o Dia Nacional da Caatinga.

CAMPOS
•presente em algumas áreas da região Norte (Amazonas, Pará e Roraima) e também no Rio Grande do Sul.
•A vegetação dos campos caracteriza-se pela presença de pequenos arbustos, gramíneas e herbáceas.
-vegetação rasteira (gramíneas) e pequenos arbustos distantes uns dos outros.
-várias regiões do Brasil (sul do Mato Grosso do Sul, nordeste do Paraná, sul de Minas Gerais e norte do Maranhão)
-sul do Rio Grande do Sul, região conhecida como Pampas Gaúchos - maior extensão.

Características principais dos Campos:
vegetação formada por gramíneas e arbustos e árvores de pequeno porte.

- não dependem de grande quantidade de chuvas.

- sua extensão atingem os territórios da Argentina e Paraguai.


Economia

A região dos Campos, principalmente no Rio Grande do Sul, é muito utilizada para a pastagem de gado. A pecuária é uma das principais atividades econômica nesta região.

 CERRADO
•este bioma é encontrado nos estados do Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Goiás e Tocantins. Com uma rica biodiversidade, caracteriza-se pela presença de gramíneas, arbustos e árvores retorcidas.
 
As plantas possuem longas raízes para retirar água e nutrientes em profundidades maiores. 
Principalmente na Região centro-oeste do Brasil:
Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Goiás e Tocantins.
também: oeste de Minas Gerais e sul do Maranhão e Piauí.

 •O avanço da agricultura nesta região, principalmente de soja, vem diminuindo o cerrado.
•O crescimento da pecuária de corte também tem colaborado para a diminuição deste tipo de vegetação.
•Ambientalistas afirmam que, nos últimos 50 anos, a vegetação do cerrado diminuiu para a metade do tamanho original.



Características do Cerrado:
-presença marcante de árvores de galhos tortuosos e de pequeno porte;
-as raízes destes arbustos são profundas (propriedade para a busca de água em regiões profundas do solo, em épocas de seca);
-as cascas destas árvores são duras e grossas;
-as folhas são cobertas de pêlos;
-presença de gramíneas e ciperáceas no estrado das árvores.
-O cerrado é uma vegetação típica de locais com as estações climáticas bem definidas (uma época bem chuvosa e outra seca) e regiões de solo de composição arenosa.
-
Animais do Cerrado
anta, cervo, onça-pintada, cachorro-vinagre, lobo-guará, lontra, tamanduá-bandeira, gambá, ariranha, gato-palheiro, veado-mateiro, cachorro-do-mato, macaco-prego, quati, queixada, porco-espinho, capivara, tapiti e preá.
- Os principais arbustos encontrados no cerrado são: pau-santo, pequi e lixeira.
- É comemorado em 11 de setembro o Dia do Cerrado.

AMAZÔNIA


Floresta Amazônica 
Considerada a maior floresta tropical do mundo com uma rica biodiversidade. Está presente na região norte (Amazonas, Roraima, Acre, Rondônia, Amapá, Maranhão e Tocantins).
Habitat de milhares de espécies vegetais e animais. Caracteriza-se pela presença de árvores de grande porte, situadas bem próximas umas das outras (floresta fechada). Como o clima na região é quente e úmido, as árvores possuem folhas grandes e largas.

 
•Região norte da América do Sul.
•Aproximadamente 7 mil quilômetros quadrados
•Brasil, Venezuela, Colômbia, Peru, Bolívia, Equador, Suriname, Guiana e Guiana Francesa. Maior parte em território brasileiro (estados do Amazonas, Amapa, Rondônia, Acre, Pará e Roraima). Em função de sua biodiversidade e importância, foi apelidada de o "pulmão do mundo".
Conhecendo a floresta
•É uma floresta tropical fechada, formada em boa parte por árvores de grande porte, situando-se próximas uma das outras
•Solo não muito rico, possui apenas uma fina camada de nutrientes, formada pela decomposição de folhas, frutos e animais mortos. Este rico húmus é matéria essencial para as milhares de espécies de plantas e árvores que se desenvolvem nesta região.
•Grande quantidade de chuvas.
•Poucas espécies de vegetação rasteira.



 
•Maioria das espécies de animais vive nas árvores e são de pequeno e médio porte. Ex: macacos, cobras, marsupiais, tucanos, pica-paus, roedores, morcegos entre outros.
•Os rios que cortam a floresta amazônica (rio amazonas e seus afluentes) são repletos de diversas espécies de peixes.
•Clima equatorial. Temperaturas elevadas e alto índice pluviométrico (quantidade de chuvas).
Problemas atuais enfrentados pela floresta amazônica

•Desmatamento ilegal e predatório. Madeireiras instalam-se na região para cortar e vender troncos de árvores nobres. 
•Fazendeiros que provocam queimadas na floresta para ampliação de áreas de cultivo (principalmente de soja). 
•Biopirataria na floresta amazônica. Cientistas estrangeiros entram na floresta, sem autorização de autoridades brasileiras, para obter amostras de plantas ou espécies animais. Pesquisam e desenvolvem substâncias, registrando patente e o Brasil teria que pagar, futuramente, para utilizar substâncias cujas matérias-primas são originárias do nosso território. 
•Descoberta de ouro na região (principalmente no estado do Pará), contaminação dos rios por mercúrio, utilizado no garimpo
Mata dos Pinhais 

•Mata de Araucárias, em função da grande presença da Araucária angustifolia.

•Presente no sul do Brasil (Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul).
•Caracteriza-se pela presença de pinheiros, em grande quantidade (floresta fechada).
•Clima subtropical.
Os pinheiros predominam nesta área, principalmente as coníferas.

Formação fechada e densa, com grande quantidade de árvores altas (20 a 30 metros de altura).

As folhas dos pinheiros possuem o formato de agulha. A reprodução ocorre quando as sementes são levadas pelo vento.

Degradação da Mata dos Pinhais
Corte ilegal de árvores, que são destinadas a produção de madeira (fabricação de móveis, papel e outros objetos) e resinas (fabricação de óleos, tintas, sabão, etc).
A abertura de novas áreas destinadas à agricultura e pecuária
Aproximadamente, 95% da mata nativa foi derrubada nas últimas décadas.





  
Mata Atlântica


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neste bioma há a presença de diversos ecossistemas. No passado, ocupou quase toda região litorânea brasileira. Com o desmatamento, foi perdendo terreno e hoje ocupa somente 7% da área original. Rica biodiversidade, com presença de diversas espécies animais e vegetais. A floresta é fechada com presença de árvores de porte médio e alto.

•Ocupa, atualmente, uma extensão de aproximadamente 100 mil quilômetros quadrados. É uma das mais importantes florestas tropicais do mundo, apresentando uma rica biodiversidade. 
•Encontra-se em processo de extinção. Isto ocorre desde a chegada dos portugueses ao Brasil (1500), quando iniciou-se a extração do pau-brasil, importante árvore da Mata Atlântica.



•Atualmente, a especulação imobiliária, o corte ilegal de árvores e a poluição ambiental são os principais fatores responsáveis pela extinção desta mata.
Principais características da Mata Atlântica: 
•Árvores de médio e grande porte, formando uma floresta fechada e densa;
•Rica biodiversidade;
•Árvores de grande porte formam um microclima na mata, gerando sombra e umidade
•fauna rica com presença de diversas espécies de mamíferos, anfíbios, aves, insetos, peixes e répteis.
•Constante neblina.
Flora
•Palmeiras, Bromélias, begônias, orquídeas, cipós e briófitas
•Pau-brasil, jacarandá, peroba, jequitibá-rosa, cedro
•Tapiriria
•Andira
•Ananas
•Figueiras
Fauna:
•Mico-leão-dourado (risco de extinção)
•Bugio  (risco de extinção)
•Tamanduá bandeira  (risco de extinção)
•Tatu-canastra (risco de extinção)
•Arara-azul-pequena (risco de extinção)
•Muriqui
•Anta
•Onça Pintada (risco de extinção)
•Jaguatirica
•Capivara
Curiosidades
Alguns povos indígenas ainda habitam a região da Mata Atlântica.
Entre eles, podemos destacar:
Kaiagang, Terena, Potiguara, Kadiweu, Pataxó, Wassu, Krenak, Guarani, Kaiowa e Tupiniquim.
A Mata Atlântica é a segunda maior floresta brasileira, em extensão.

Mata de Cocais








•presente, principalmente, na região norte dos estados do Maranhão, Tocantins e Piauí. Por se tratar de um bioma de transição, apresenta características da Floresta Amazônica, Cerrado e da Caatinga. Presença de palmeiras com folhas grandes e finas. As árvores mais comuns são: carnaúba, babaçu e buriti.
A Mata dos Cocais é uma floresta de transição, situada na região do nordeste brasileiro, entre a caatinga e o cerrado. Encontramos esta formação florestal, principalmente no norte dos estados do Maranhão e Piauí.
Características principais:
Vegetações típicas: babaçu (em maior quantidade), carnaúba, oiticica e buriti.
No extrato mais baixo da mata, encontramos diversas espécies de arbustos e vegetações de pequeno porte.
As folhas das palmáceas caracterizam-se por serem grandes e finas.
Economia
O extrativismo é a principal atividade econômica na Mata dos Cocais. Milhares de pessoas vivem do extrativismo do coco de babaçu. A semente deste coco é utilizada como matéria-prima pelas indústrias de cosméticos, medicamentos e alimentos.
O óleo de carnaúba também é outra fonte de renda para os que se dedicam ao extrativismo vegetal na região.
Fauna
•As espécies animais típicas da Mata dos Cocais são: macacos, aves, insetos, ariranha, boto, acará-bandeira, etc.
 

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