sexta-feira, 9 de dezembro de 2011

Conferência define extensão do Protocolo de Kyoto, mas sem metas

O resultado mais importante da COP-17 já foi definido: o Protocolo de Kyoto, o acordo internacional contra emissões de gases-estufa, será estendido por um segundo período, a partir do ano que vem.
O texto da decisão, obtido pela Folha, tem duas páginas e não contém nenhuma meta de redução de emissões para os países que ficam em Kyoto, o chamado Anexo-1 (industrializados). Apenas convida as partes a submeterem suas metas -- chamadas "objetivos quantitativos de redução de emissões", ou Qelros -- até 1° de maio do ano que vem.
A decisão sobre Kyoto também chuta para a frente um problema que opôs os países industrializados nas discussões: o que fazer com o chamado "hot air" dos países do antigo bloco comunista. O colapso econômico dessas nações, nos anos 1990, fez com que elas ficassem com uma meta muito maior do que suas reais emissões, e nações como Ucrânia e Polônia queriam carregar esses "créditos" para a segunda fase. O texto diz que os países devem discutir mais esse assunto, num foro técnico.
O segundo período de Kyoto é o primeiro pedaço do pacote de decisões de Durban. Ele ainda precisa ser adotado pela COP-17, ou seja, aprovado pela plenária final da conferência, que até a tarde de sexta ainda não tinha hora para acontecer
A prolongação do protocolo era a exigência dos países em desenvolvimento, como o Brasil, para aceitarem a proposta europeia de adotar um roteiro de negociações rumo a um acordo legalmente vinculante que inclua todos os países a partir de 2015.
Na tarde desta sexta-feira, enquanto dezenas de manifestantes reunidos no térreo do ICC (o centro de convenções de Durban, que abriga a conferência) gritavam palavras de ordem e tentavam ocupar a plenária da COP, no andar de cima, negociadores de cerca de 30 países fechavam a segunda parte do pacote: o texto que deve definir o roteiro futuro das negociações.
A reunião foi suspensa por volta das 16h (horário local). A ministra do Meio Ambiente da Índia, Jayanthi Natarajan, afirmou que o bloco dos países-ilhas havia pedido duas horas para examinar a proposta. 

CLAUDIO ANGELO
ENVIADO ESPECIAL A DURBAN

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